SBN 50 anos

A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) foi fundada em 2 de agosto de 1960 marcando o desenvolvimento da nefrologia como especialidade no Brasil e no mundo. Sua criação seguiu uma tendência mundial de descentralizar a clínica médica e desvincular o estudo das doenças renais e hipertensivas de outras especialidades, como a urologia, na qual o estudo do rim estava inicialmente incluído. A SBN surgiu para que a nefrologia adquirisse sua individualidade como especialidade. Sua ata de instalação contou com a assinatura de 42 médicos brasileiros e três médicos franceses.

Os princípios da SBN incluem o compromisso com o associado, ética, transparência na busca por destaque nas comunidades médica e científica, e a garantia da universalização do acesso à saúde renal.

Regionais

A primeira associação regional a ser estabelecida após a criação da SBN foi a gaúcha, com sede em Porto Alegre, ainda em 1961.

Os pioneiros da Nefrologia no Brasil estavam reunidos principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais onde existiam grandes universidades e centros de pesquisa médica, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia. Portanto, foi natural que profissionais desses estados predominassem entre os associados e nas primeiras diretorias da Sociedade.

Desde o início, porém, conforme consta no estatuto original da entidade, era muito clara a percepção da importância de que a SBN realmente tivesse abrangência nacional – caso contrário, não cumpriria seus objetivos. Daí a necessidade de nomear representantes por todo o país, ainda que nos primeiros tempos, em alguns casos fossem representantes sem sequer um secretário regional e sem meios para exercer a interface com a sede nacional, em São Paulo.

Ao longo dos 60 anos da SBN, a dinâmica das regionais variou bastante, conforme a consolidação local de grupos de nefrologistas. Sobretudo no século XXI, diante da expansão da área e da profissionalização da Sociedade, buscou-se integrá-las por meio de constantes encontros e fóruns especiais para discutir temas científicos, políticos e gerenciais, formulando um Planejamento Estratégico Comum, apesar da heterogeneidade geográfica e cultural do país. Além disso, no início da década de 2000 a SBN buscou regularizar a situação estatutária, fiscal e funcional da maioria das regionais.

Em 2020, a SBN possui regionais nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.

A primeira associação regional a ser estabelecida após a criação da SBN foi a gaúcha, com sede em Porto Alegre, ainda em 1961. Sediada na Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRGS), seus fundadores foram Thirso Monteiro, Antônio de Paula Azambuja, César Amaury Costa, Domingos D’Avila, Oliv Lupato, Jaime Kopstein, Alberto Vianna Rosa, e Renata Knijnik, sendo que alguns deles estiveram também entre os fundadores da própria fundação da SBN. O grupo já se destacava desde a década de 1950 na área de Nefrologia, tendo realizado vários encontros que tratavam do tema, como o Curso de Fisiopatologia Renal (1956) e o IV Jornada Progressiva de Medicina Interna (1957). No final dos anos 1950, foram realizadas as primeiras sessões clínicas com foco na área de Nefrologia, que acabaria ganhando sua associação em separado: a Sociedade Gaúcha de Nefrologia (SGN) teve três cenários de registro oficial desde a criação da SBN: em 1968, com a designação de Centro de Estudos em Nefrologia, presidido por Antônio de Paula Azambuja; em 2000, presidido por Domingos D’Ávila, e em 2006, presidido por Luiz Felipe Gonçalves.

A regional também promove seus próprios encontros, como as Jornadas Gaúchas de Nefrologia, que ocorrem regularmente desde 1982, e Congresso Sul-Brasileiro de Nefrologia, organizado desde 2005 a cada dois anos, em alternância entre os três estados da região Sul do país.
Um destaque importante da Nefrologia gaúcha é o número de transplantes renais realizados, e em particular o de transplantes renais pediátricos sob a liderança da dra. Clotilde Garcia, que já ultrapassou 800 casos. Por isso, o estado é líder nacional nesse tipo de intervenção.
Em 2013 foi publicado um livro sobre a trajetória da sociedade gaúcha, intitulado Fragmentos da História da Nefrologia Gaúcha, de autoria de Cinthia Vieira, Ivani Antonello e Elvino Barros.
Atualmente, a SGN possui 120 associados.

Primeiro Transplante Renal do Brasil

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O primeiro transplante renal do Brasil foi realizado em 16 de abril de 1964, no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro.

O receptor era um rapaz de 18 anos, portador de pielonefrite crônica, que recebeu um dos rins de um menino de 9 anos, portador de hidrocefalia. Era o chamado free kidney.

Esse rim funcionou por pouco tempo, com produção de urina, mas, devido a uma trombose vascular, teve que ser retirado em alguns dias após a cirurgia.

Na foto, publicada 2 dias depois, podemos ver parte da equipe transplantadora: Prof. Jayme Landmann (clínico), o cirurgião geral Dr. Pedro Abdalla e o cirurgião Dr. Alberto Gentile (urologista).

O primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)

Jose de Barros Magaldi foi o primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)

José de Barros Magaldi foi o primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) (1960-62).

A foto mostra um momento do seu discurso na abertura do 1º Congresso da SBN, no auditório da Academia Nacional de Medicina.

O congresso foi realizado na Cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara. O presidente foi o Professor Jayme Landmann, que se tornaria o 2º Presidente da SBN (1962- 64)

A primeira hemodiálise do Brasil

1º Hemodiálise no Brasil - Dr. Tito Ribeiro

A primeira hemodiálise do Brasil foi realizada em 19 de Maio de 1949 pelo Dr. Tito Ribeiro de Almeida, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Ele utilizou um rim artificial, construído em sua casa, de maneira artesanal, apenas 6 anos após Willem Kolff, realizar seus ensaios na Holanda. Naquela época a comunicação entre os continentes era extremamente precária, razão talvez para que seu rim artificial tivesse um conceito totalmente diverso daquele usado por Kolff: o dialisador ficava estacionário e o líquido de diálise era agitado enquanto no de Kolff, o líquido ficava parado em uma banheira e o dialisador rotatório se movia impulsionado por um motor.

A Coragem de Errar- Os Pioneiros da Cirurgia Moderna

Esse filme foi passado há muitos anos na antiga TV educativa e gravado de maneira amadora,diretamente da televisão, mas por se tratar de um documento raríssimo e valiosíssimo achamos ser válida sua divulgação em nosso museu.

Poderemos ver cenas inéditas de ícones da Medicina como o inglês Roy Calne , contando a história dos transplantes e Joseph Murray falando do primeiro tx entre gêmeos em Boston. Veremos John Merril mostrando o rim de Kolff e ele também aparece em algumas cenas. Franceses como Charles Dubost e René Kuss falam de maneira inédita das captação de rins na prisão Le Santé em Paris.

Outros personagens dessa história maravilhosa que aparecem são, Alexis Carrel , Peter Medawar, Francis Moore e o pioneiro dos transplantes de Coração , o sul – africano Christian Barnard.

Na última parte foi anexado um outro programa, também mostrado na tv chamado A medicina dos Transplantes com algumas cenas de seleção imunológia e transplante de rim e medula.

Uma perspectiva histórica da diálise

“ Uma perspectiva histórica da diálise”,  é um documentário espetacular de 1982, narrado pelo famoso Nefrologista George Schreiner, da Universidade de Georgetown – Washington D.C., com a colaboração da “National Kidney Foundation”.

Podemos observar a maravilhosa contribuição de pesquisadores de diversas partes do mundo, como do escocês Thomas Graham, que cunhou o têrmo diálise, do americano John Jacob Abel, que realizou os primeiros experimentos em animais, e do alemão George Hass, que fêz a primeira diálise em Humanos. É claro que o Holandês Willem Kolff, considerado o pai da hemodiálise, está presente em várias imagens. Nils Awall, na Suécia, criou outro rim artificial, Gordon Murray,  um outro no Canadá e Frederick Kiil, um rim em placas paralelas na Noruega.

Os primeiros pacientes em diálise crônica, primeiro com o shunt artério-venoso de Quinton- Scribner e depois com as fístulas artério-venosas, de Cimino e Brescia, são mostrados, com a esperança de novas descobertas, que tornassem a vida desses pacientes mais longa e saudável.

Nas cenas finais dos quase 30 minutos, são mostrados os avanços daquela época da diálise peritoneal e a modernização das máquinas de hemodiálise.

Um documentário imperdível para os Nefrologistas.

Documentário da NBC news de 1965 sobre a História da Hemodiálise

Documentário da NBC news de 1965 sobre a História da Hemodiálise mostra desde a origem do Rim artificial criado por Willem Kolff na Holanda em 1939 , até o início dos programas de diálise, em Seattle (USA) quando o alto custo limitava o tratamento a um número muito pequeno de pacientes. Os aspectos éticos são discutidos entre médicos e políticos.

Cenas especiais mostram o Dr. Belding Scribner , quando juntamente com o engenheiro Wayne Quinton, em 1962, criou o famoso shunt artério-venoso, que possibilitou as primeiras diálises crônicas, inclusive domiciliares, em pacientes com insuficiência renal crônica (hoje doença renal crônica).

O incrível mundo dos rins

O vídeo “O incrível mundo dos rins” foi produzido em 2007, a partir de um texto criado por Dra. Gianna Mastroianni Kirsztajn, na ocasião Coordenadora do Comitê de Prevenção de Doenças Renais da SBN, com a contribuição posterior da Dra. Maria Goretti Penido, que acrescentou algumas cenas à proposta inicial e desenvolveu o vídeo propriamente dito juntamente com sua equipe, incluindo o roteirista Zeca Penido e alunos de graduação.

Contou-se com o patrocínio da indústria farmacêutica e o trabalho de empresas cinematográficas. Foram utilizados no vídeo os personagens Renaldo e Rinaldo, entre outros, que já protagonizavam gibis e materiais informativos sobre prevenção de doença renal nas campanhas “Previna-se” da SBN.