A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) realizaram, na última terça-feira (7/10), uma reunião extraordinária para tratar da grave crise que atinge os serviços de diálise no Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro foi motivado pela falta de soluções concretas do Governo Federal e pelo agravamento da desassistência em diversas regiões do país.
A situação é considerada crítica e já classificada como uma crise humanitária. Em vários estados, clínicas de diálise enfrentam dificuldades para manter suas atividades, comprometendo o tratamento de milhares de pacientes renais crônicos dependentes da terapia dialítica.
O principal fator apontado é a defasagem de mais de 35% nos valores de custeio da terapia renal substitutiva, segundo estudo técnico da Planisa solicitado pela SBN e ABCDT. O desequilíbrio financeiro, acumulado ao longo de anos sem reajustes adequados, tem levado muitas unidades ao limite da sustentabilidade.
Apesar das reuniões e alertas enviados ao Ministério da Saúde, ainda não houve proposta efetiva para recompor o custeio de forma compatível com a realidade atual.
Durante o encontro, as entidades definiram ações conjuntas para ampliar o diálogo institucional e mobilizar parlamentares, gestores públicos e órgãos de controle, em busca de soluções emergenciais e estruturantes. Também foram discutidas estratégias de comunicação com a sociedade civil, destacando a importância da diálise e a urgência de medidas que garantam sua continuidade no SUS.
Ao final, SBN e ABCDT reafirmaram o compromisso com o diálogo, mas alertaram que a ausência de soluções concretas ameaça a integridade de toda a rede pública de diálise no país. As entidades defenderam um reajuste imediato dos valores de custeio e a criação de uma política permanente de correção que acompanhe a inflação setorial e o aumento dos custos com insumos, energia, pessoal e logística.
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