No último mês de março de 2025, durante evento realizado na Academia Nacional de Medicina, com a presença do presidente da SBN, José Moura Neto, sua vice, Lilian Carmo, a tesoureira, Patrícia Abreu e o vice-presidente Sudeste, Pedro Túlio Rocha e dos nefrologistas Edison Souza e Maurício Younes, membro do Departamento de Injúria Renal Aguda da SBN, foi apresentada a restauração do Rim Artificial de Kolff-Brigham, uma das quatro unidades importadas em 1956, fundamentais para o desenvolvimento da terapia renal substitutiva no Brasil. O projeto de restauração foi conduzido pelo acadêmico Younes, que recebeu a medalha do Dia do Nefrologista em reconhecimento ao relevante serviço prestado à Nefrologia e à parceria com a SBN.
Ainda sobre a história do Rim Artifical de Kolff, Edison reconta que “tudo começou na Holanda, quando Kolff construiu o primeiro rim artificial em madeira, com formato de tambor, utilizando como membranas semipermeáveis celofanes que cobriam salsichas. Dialisou 17 pacientes com doença renal irreversível e apenas a última sobreviveu, o que levou a conclusão de que o rim só seria indicado para pessoas com agravamento temporário da doença renal.
Após a guerra, Kolff foi para os EUA e, em Boston, no começo de 1950, houve a modernização do rim que passou a se chamar Kolff-Brigham Artificial Kidney. Nessa década, foram enviados 22 rins para 14 países diferentes, dentre eles o Brasil recebeu quatro – dois em São Paulo e dois no Rio de Janeiro.
Por razões desconhecidas, apenas o rim que ficou no Hospital dos Servidores do Estado do RJ permaneceu intacto, porém após alguns anos de uso foi enviado para sucata. Foi então que o nefrologista Marcos Hoette o comprou e o colocou em um galpão de sua clínica de diálise em Niterói (RJ).
Ao saber do paradeiro do rim, pedi para Marcos o doar para a Academia Nacional de Medicina. Nessa ocasião, Sergio Aguinaga e José Suassuna se responsabilizaram e, em 2010, colocaram o rim na Academia. Durante 15 anos, a comunidade nefrológica aguardou pela restauração desse rim, e Younes se encarregou de organizar uma verdadeira força-tarefa entre os acadêmicos nefrologistas para, finalmente, termos o rim totalmente restaurado no Museu da Academia Nacional de Medicina”, conclui Edison.
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