Os Cuidados Paliativos não configuram tratamento, mas ações que promovem melhora da QUALIDADE DE VIDA de pessoas gravemente doentes, não importando se a doença é curável ou não, reversível ou não.
O Cuidado Paliativo deve ser iniciado NO DIA DO DIAGNÓSTICO da doença grave e ameaçadora da vida.
Cuidados Paliativos devem ser oferecidos AO MESMO TEMPO do tratamento modificador de doença (cura ou controle), ou seja, Cuidados Paliativos NÃO IMPEDEM o Tratamento Modificador de Doença; não são excludentes, eles se complementam. Quanto mais precocemente a equipe de Cuidados Paliativos for acionada, melhor para todos.
Não podemos oferecer Cuidados Paliativos somente “quando não tem mais o que fazer”. Muitos pacientes em acompanhamento com o serviço de Cuidados Paliativos ainda tem indicação de Suporte Avançado de Vida. Dessa forma, não devemos associar Cuidados Paliativos à não indicação de SAV… são assuntos distintos.
O médico Paliativista, devido sua formação detalhista, também pode ser chamado apenas para auxiliar no manejo de sintomas de difícil controle como: dor, dispneia, obstipação, nauseas e vômitos, insonia, hiporexia, fadiga, ansiedade, tristeza, etc.
Por fim, num estudo de 2021 envolvendo 80 países, o Brasil ocupou a 78ª posição como pior país para se morrer, ou seja, temos péssima qualidade de morte. Nós, brasileiros, morremos sofrendo e isso reflete, entre outros aspectos, a resistência aos Cuidados Paliativos. No Reino Unido, que ocupa a 1ª posição do ranking desse trabalho, 97% da população tem acesso aos Cuidados Paliativos. Basta pensar: você gostaria de morrer da mesma forma como os teus pacientes morrem? Se a resposta for “não”, é porque algo precisa mudar…
Se um dia você ou alguém que você ama enfrentar uma doença grave e ameaçadora da vida, independente se curável ou não, reversível ou não, peça Cuidados Paliativos.
Porque onde existe sofrimento, cabem Cuidados Paliativos!
Texto escrito pelo Dr. Jonathan de Souza, do Comitê de Suporte Renal para comemorar o Dia dos Cuidados Paliativos.
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