Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas publicaram no CJASN estudo que demonstra que em indivíduos com insuficiência renal em diálise, a dapagliflozina foi bem tolerada, dialisável em quantidade não significativa, e apresentou propriedades farmacocinéticas não acumulativas (Barreto et al., Pharmacokinetic Properties of Dapagliflozin in Hemodialysis and Peritoneal Dialysis Patients, CJASN 2023 (DOI: 10.2215/CJN.0000000000000196).
Por meio de um ensaio clínico a farmacocinética e a segurança do inibidor do co-transportador de sódio-glicose-2, dapagliflozina, foi avaliada em 7 indivíduos com insuficiência renal em hemodiálise ou diálise peritoneal, em comparação com 7 indivíduos com diabetes tipo 2 (controles pareados por idade, gênero e com função renal normal). Os pesquisadores observaram de forma inédita que embora a dapagliflozina não tenha demonstrado ser um medicamento dialisável (a recuperação do dialisato foi <1% da dose administrada), nenhum acúmulo significativo foi observado 7 dias após a exposição ao medicamento, sendo bem tolerada pelos participantes. Além disso, as concentrações máximas de dapagliflozina e seu metabólito inativo não mostraram diferenças clinicamente significativas entre os grupos.
Os pesquisadores seniores do estudo, o nefrologista Rodrigo Bueno de Oliveira e o cardiologista Andrei Sposito, ressaltam que os resultados obtidos abrem perspectiva para a realização de estudos que avaliem a potencial extensão de benefícios cardiovasculares, à semelhança daqueles observados em indivíduos com graus leves e moderados de doença renal e doença cardiovascular.
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