O Hospital Evangélico de BH lança cartilha e vídeo para auxiliar pacientes renais crônicos que vão iniciar tratamento em hemodiálise

Com quatro Centros de Nefrologia, a instituição é a maior fornecedora do SUS em Minas Gerais, com cerca de 3 mil pacientes atendidos

A área de Ensino e Pesquisa do Hospital Evangélico de Belo Horizonte acaba de lançar a cartilha “”Prepare-se para a jornada do acesso vascular””, que traz todas as informações necessárias para os pacientes que, uma vez diagnosticados com doença renal crônica, estão se preparando para iniciar o tratamento em hemodiálise. O material é resultado de uma parceria entre a instituição e a equipe da pesquisadora Profa. Dra. Jennifer Flythe, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), que atua na área de Nefrologia e está disponível para consulta no site www.aebmg.org.br.

Atualmente, os quatro Centros de Nefrologia do Hospital Evangélico são os maiores fornecedores de serviços de diálise para o Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais, com cerca de 3 mil pacientes atendidos mensalmente em Belo Horizonte (2), Contagem (1) e Betim (1), com pelo menos três sessões semanais do procedimento, que tem duração mínima de quatro horas. As unidades funcionam em três turnos diários, de segunda-feira a sábado e não pararam durante a pandemia de Covid-19.

O médico nefrologista, coordenador de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, mestre em Pesquisa Clínica pela Universidade de Dresden, na Alemanha e membro da Sociedade Americana de Nefrologia (FASN), Dr. Tiago Lemos Cerqueira, explica que a cartilha foi criada para auxiliar os pacientes e seus familiares a conhecer a doença e os procedimentos que antecedem o início das sessões de hemodiálise.

“”Acreditamos que essas informações repercutem positivamente na qualidade da diálise que o paciente vai receber. Quando a pessoa começa o tratamento bem preparada, as chances de complicações e faltas às sessões caem, bem como o nível de ansiedade em relação a resultados e ao desconhecido””, afirma.

Preparativos

A diálise requer um preparo do corpo, geralmente pelo braço, para que o procedimento seja realizado. O acesso vascular – por meio da fístula, implantação de prótese ou de cateter – faz a ligação entre a veia e a artéria por meio de uma pequena cirurgia que leva meses para ter uma cicatrização total e ficar pronta para uso na hemodiálise. “”A cartilha também fala a respeito dos prós e contras de cada um desses métodos. Cada paciente vai precisar de um tipo. O tratamento é individualizado, mas o importante é que ele saiba que precisa ter atenção e cuidar ao máximo desses acessos para evitar novas cirurgias e complicações””, alerta.

A parceria com a Universidade da Carolina do Norte vai continuar, por meio de um projeto de pesquisa sobre educação em diálise no Brasil, a ser realizado pela área de Ensino e Pesquisa do Hospital Evangélico de Belo Horizonte. “”A área foi criada para desenvolver estudos que possam melhorar a qualidade do tratamento para os pacientes e incrementar os processos internos para alcançar melhores resultados na gestão hospitalar, por meio de dados em saúde. Também temos interesse em avaliar novas tecnologias e em apoiar pesquisas na área de saúde””, conclui Tiago Cerqueira.

Demanda crescente

A cada ano no Brasil, 20 mil pacientes renais crônicos recebem a indicação médica para o tratamento com hemodiálise, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). A doença renal crônica está diretamente relacionada às condições de vida. Alimentação saudável, exercícios físicos regulares e ingestão de bastante água ajudam a evitar danos aos rins, mas o tratamento e controle de fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo são as principais formas de prevenção. O diagnóstico precoce ajuda a evitar o avanço da doença na maioria dos casos.

AEBMG – Fundada há 76 anos, a Associação Evangélica Beneficente de Minas Gerais mantém dez unidades de negócios em Belo Horizonte, Contagem e Betim. Em 2021, realizou mais de 1,368 milhão de procedimentos médicos, dos quais 75% via SUS e 25% por meio de convênios e particulares. Atualmente, a rede tem 2.100 colaboradores.

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